terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pró-Letramento - coerência entre teoria e prática
O Educador que busca a qualidade do seu saber está sempre pesquisando e aprofundando o seu conhecimento.
Na busca de aperfeiçoamento profissional os professores têm encontrado subsídios em vários programas de formação continuada oferecidos por alguns municípios, que tem proporcionado mudanças significativas na aprendizagem dos alunos. Mudanças estas que ocorrem gradualmente, mas que são perceptíveis a todos.
Um bom exemplo é o curso de Pró-letramento desenvolvido no meu município, Itaperuna.
Implantado em 2008, o programa está fazendo um diferencial por ter como referência uma formação que associa teoria e prática, oportunizando aos professores participantes, compartilhar experiências e subsídios na construção de novas prátivas pedagógicas.
O mais importante desta formação é que as mudanças na prática de alguns têm provocado motivação para que todos busquem uma qualidade melhor em suas ações.

(Tereza Cristina)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Passeio Socrático

Você ja tinha pensado nisso?
Recebi um e-mail com este texto de Frei Beto que achei fantástico, resolvi compartilhar a leitura com todos.
Passeio Socrático
(Por Frei Beto)

Ao visitar a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças.
"Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse.
O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc.
A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.
É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico.
A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.
Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós."
O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.
Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, têm alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuamos o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia? Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife.
Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela...
Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.
Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela, mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc. Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas.
Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira. Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói".
E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.
Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado.
Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados.
Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

terça-feira, 28 de julho de 2009

Educação e Esperança

Educação e Esperança

Uma coisa é a ação educativa de um educador desesperançado e outra é a prática educativa de um educador que se funda na interdisciplinaridade. O primeiro nega a essência de sua própria prática enquanto o segundo explícita certa opção metodológica e epistemológica.

A natureza esperançada da educação, por outro lado, se funda em determinadas qualidades que, constituídas no processo da formação da existência humana, algo maior do que a experiência vital, a conotam.
Na verdade, só o ser que, fazendo-se socialmente na História, se pode esperar que dê exemplos de máxima grandeza moral, de transbordante bondade como também testemunhos de absoluta negação da decência, da honradez e da sensibilidade humana.
Consciência do outro e de si como um ser no mundo, com o mundo e com os outros, sem a qual seria apenas um ser aí, um ser no suporte. Como presença consciente no mundo não posso escapar à responsabilidade ética no meu mover-me no mundo. Num mundo a que faltasse a liberdade e tudo se achasse preestabelecido não seria possível falar em esperança.
A matriz da esperança é a mesma da educabilidade do ser humano: o inacabamento de seu ser de que se tornou consciente. Seria uma agressiva contradição se, inacabado e consciente do inacabamento, o ser humano não se inserisse num permanente processo de esperançosa busca. Este processo é a educação.
Mas precisamente porque nos achamos submetidos a um sem-número de limitações – obstáculos difíceis de serem superados, influências dominantes de concepções fatalistas da História, o poder da ideologia neoliberal, cuja ética perversa se funda nas leis do mercado – nunca, talvez, tenhamos tido mais necessidade de sublinhar, na prática educativa, o sentido da esperança do que hoje. Daí que, entre saberes vários fundamentais à prática de educadores e educadoras, não importa se progressistas ou conservadores, se salienta o seguinte: mudar é difícil, mas é possível.
Minha vontade de mudar o mundo não é suficiente para fazê-la. Posso, inclusive, contradizer-me na minha prática, obstaculizando a própria mudança. O mesmo se pode verificar com o educador conservador. Em certo momento, sua ação pode trabalhar contra seu projeto ideológico e político de manter as coisas mais ou menos como estão.
Saber, portanto, que mudar é difícil, mas é possível é tão fundamental ao educador progressista, como ao educador ou educadora reacionária. É neste sentido que ambos, o educador progressista como o conservador, precisa atuar coerentemente. O primeiro, com o seu sonho de transformação do mundo; o segundo, com seu projeto alienante de imobilização da História. O progressista, criticamente inserido em formas de ação e em políticas pedagógicas realizando-se em coerência com a compreensão da História como possibilidade, o conservador, autoritário, acrítico, de direita ou de esquerda, sem esperança e carente de sonho, perdendo-se, sem muita chance de se encontrar, numa compreensão determinista da História.
Há uma espécie de “nuvem cinzenta” envolvendo a História atual e afetando as diferentes gerações, que é a ideologia fatalista que, despolitizando a educação, a reduz a puro treinamento no uso de destrezas técnicas ou de saberes científicos. A educação já não é formar, é treinar.
Para mim, a briga pela atualização do sonho, da utopia da criticidade, da esperança é a briga pela recusa, que se funda na justa raiva e na ação político-ética eficaz, da negação do sonho e da esperança.
Nenhuma realidade social, histórica, econômica é assim porque está escrito que assim seja.
Enquanto presença na História e no mundo, esperançadamente luto pelo sonho, pela utopia, pela esperança, na perspectiva de uma Pedagogia crítica. E esta não é uma luta vã.

(Paulo Freire)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Para pensar a Educa_Ação

Nos últimos anos acentuou-se a marca de uma educação permanente, de participação e de formação para a cidadania. Neste contexto os educadores têm como desafio ajustar a sua prática às necessidades de aprendizagem dos alunos, no compromisso de ensinar de fato.
Fazemos parte da categoria profissional mais importante, somos PROFESSORES, e somos fundamentais na vida dos alunos, pois realizamos um trabalho educativo do qual depende não só sua aprendizagem escolar, mas também, sua formação como pessoas. O conhecimento sobre as características da nossa profissão certamente nos ajuda a exercê-la com mais competência e nos faz crescer profissionalmente.

Temos expectativas e anseios em busca de uma direção ao qual podemos caminhar, e as informações novas e o aprofundamento do conhecimento nos oportuniza a rever e transformar as formas de pensar e agir.
Cada um constrói seus conhecimentos com recursos pessoais de que dispõe, com a diversidade de experiências, de pontos de vistas, de formas de interpretar as mesmas informações, o que só acontece quando interagimos com outras pessoas.
O sucesso de nossa prática está em nossas mãos.
(Tereza Cristina)